Você já imaginou acordar em uma cidade estrangeira, com o cheiro de pão fresco vindo de uma padaria local, o som suave de uma língua que ainda não entende bem, e a sensação de liberdade de estar completamente sozinho — mas seguro? Viajar sozinho é uma das experiências mais transformadoras que alguém pode ter. Seja para se reconectar consigo mesmo, buscar novas perspectivas ou simplesmente escapar da rotina, a viagem solo tem conquistado cada vez mais adeptos. No entanto, com essa liberdade vem uma responsabilidade: a segurança.
Independentemente do gênero, viajar sozinho exige atenção redobrada a detalhes que muitas vezes passam despercebidos em viagens em grupo. E sim, mulheres enfrentam desafios específicos — como assédio ou preconceito cultural —, mas homens também não estão imunes a riscos, como furtos, golpes ou situações de isolamento. Este artigo traz dicas práticas, reais e aplicáveis para quem deseja explorar o mundo com confiança, sem abrir mão da segurança.
Vamos falar sobre planejamento, comportamento em público, uso da tecnologia, escolha de acomodações, interações sociais e até como lidar com emergências. Tudo com uma linguagem simples, direta e humana — como se estivéssemos tomando um café e conversando sobre suas próximas aventuras. Porque viajar sozinho não precisa ser assustador. Pode, sim, ser empoderador, seguro e inesquecível.
1. Planejamento é a Sua Melhor Ferramenta de Segurança
Antes mesmo de fazer as malas, o planejamento é o primeiro passo para garantir uma viagem segura. Muitas pessoas acreditam que viajar solo significa improvisar tudo, mas a verdade é que os melhores viajantes solitários são justamente os mais preparados. Um roteiro bem estruturado não tira a espontaneidade — ele dá segurança para que você possa se permitir ser espontâneo.
Comece pesquisando o destino com antecedência. Conheça as leis locais, costumes, zonas consideradas perigosas e até a forma como as pessoas se vestem. Por exemplo, em alguns países muçulmanos, mulheres precisam cobrir os ombros e os joelhos; em outros, homens podem ser abordados com mais frequência por vendedores ou falsos guias. Essas informações evitam situações constrangedoras — ou piores.
Além disso, compartilhe seu roteiro com alguém de confiança. Não precisa ser detalhado ao minuto, mas informe onde você vai ficar, quais cidades pretende visitar e os principais meios de transporte. Atualize essa pessoa regularmente, especialmente se mudar de planos. Isso pode parecer exagero, mas em caso de emergência, saber onde você deveria estar pode salvar sua vida.
Use aplicativos como Google Maps para salvar rotas offline, baixe tradutores e tenha sempre um carregador portátil. E, claro, faça cópias digitais dos documentos importantes: passaporte, visto, carteira de identidade, seguro viagem. Guarde em nuvem e envie por e-mail para si mesmo. Se perder seus papéis, ter essas cópias facilita muito o processo de recuperação.
Dica prática: Antes de viajar, anote os números de emergência do país de destino. No Brasil é 190, mas na Europa é o 112, e nos EUA é o 911. Saber isso pode fazer a diferença em um momento crítico.
O planejamento não elimina todos os riscos, mas reduz drasticamente a ansiedade e aumenta sua autonomia. E isso, por si só, já é uma grande vitória.
2. Escolha de Acomodação: Mais que Conforto, uma Questão de Segurança

Onde você vai dormir pode ser o fator mais decisivo para a segurança durante uma viagem solo. Uma boa acomodação não é apenas sobre conforto — é sobre localização, acesso, iluminação e percepção de segurança.
Se você é mulher, por exemplo, pode ser mais seguro optar por albergues com quartos femininos exclusivos ou hotéis em áreas bem movimentadas. Homens, por outro lado, podem subestimar o risco de serem alvos de furtos em quartos compartilhados, especialmente em regiões turísticas com alta incidência de pequenos delitos.
Priorize a localização: prefira bairros centrais, bem iluminados e com comércio ativo até tarde. Evite áreas isoladas, mesmo que o preço pareça irresistível. Um hotel barato no meio do nada pode parecer uma economia, mas pode se tornar um problema à noite, quando você chega com mochila e sem saber onde está.
Plataformas como Booking, Airbnb e Hostelworld oferecem avaliações de outros viajantes — leia com atenção. Comentários como “portaria 24h”, “fechadura segura” ou “perto de ponto de ônibus” são indicadores valiosos. Já frases como “escuro ao redor” ou “porta quebrada” devem acender um alerta.
Se optar por albergue, leve um cadeado pequeno para trancar sua mochila. Alguns albergues oferecem armários individuais, mas nem sempre são confiáveis. E evite deixar eletrônicos à vista — guarde celulares, câmeras e passaporte em locais discretos.
História real: Ana, de 28 anos, viajava pela Tailândia quando escolheu um hostel barato em Chiang Mai. À noite, percebeu que havia sido seguida por um homem no caminho de volta. Felizmente, o hostel tinha câmeras e portaria, e ela se sentiu segura ao relatar o ocorrido. Desde então, ela só se hospeda em lugares com segurança visível.
Acomodação segura é como um porto seguro: é para onde você volta depois de um dia intenso, onde recarrega energias e se sente protegido. Vale cada real investido.
3. Comportamento em Público: Como Passar Despercebido (de Forma Inteligente)
Um dos maiores erros de quem viaja sozinho é chamar atenção sem querer. Turistas com mapas na mão, mochilas grandes, roupas chamativas ou expressões de confusão são alvos fáceis para golpistas, ladrões e até assediadores.
A ideia aqui não é se esconder, mas sim agir como um local — ou pelo menos como alguém que sabe onde está. Ande com confiança, mesmo que esteja perdido. Se precisar consultar o mapa, faça isso em um café ou em um lugar aberto, mas evite parar no meio da rua com ar de insegurança.
Roupas discretas ajudam muito. Evite joias chamativas, relógios caros ou mochilas com logotipos de marcas conhecidas. Em muitos países, isso sinaliza que você tem dinheiro — e pode atrair olhares indesejados.
Para mulheres, é especialmente importante estar atenta ao comportamento de estranhos. Em alguns lugares, homens podem se aproximar com intenções “amigáveis”, mas que rapidamente se tornam incômodas. Se alguém insistir em conversar, seja educada, mas firme: “Obrigada, mas estou com pressa” ou “Estou esperando alguém” são frases úteis.
Homens também precisam tomar cuidado. Em certas regiões, podem ser abordados por falsos guias, taxistas que cobram preços abusivos ou até envolvidos em confusões provocadas por terceiros. A dica é: evite becos, vielas escuras e áreas com aglomeração suspeita.
Analogia útil: pense em si mesmo como um ator em um filme. Você não precisa mentir, mas pode interpretar o papel de alguém que pertence ao lugar. Caminhe no ritmo local, observe como as pessoas se vestem e se comportam, e imite discretamente. Isso reduz seu “perfil de turista” — e, com ele, os riscos.
Passar despercebido não é sobre medo, é sobre inteligência. É escolher não ser um alvo fácil.
4. Tecnologia a Seu Favor: Apps e Ferramentas para Viajantes Solos
Hoje, mais do que nunca, a tecnologia pode ser sua aliada número um na segurança durante viagens solo. E o melhor: muitos desses recursos são gratuitos ou baratos.
Comece com o Google Maps offline. Baixe o mapa da cidade antes de sair do Brasil. Assim, mesmo sem internet, você consegue se localizar, traçar rotas e encontrar pontos importantes. Isso evita ficar parado na rua com o celular na mão — o que, como já vimos, chama atenção.
O WhatsApp também é essencial. Mantenha contato com amigos, familiares ou até outros viajantes. Compartilhe sua localização em tempo real com alguém de confiança, especialmente quando estiver andando à noite ou em áreas desconhecidas.
Existem ainda apps específicos para segurança:
- bSafe: permite que você compartilhe sua localização em tempo real e envie alertas automáticos se não chegar ao destino no horário previsto.
- TripWhistle: oferece assistência em emergências internacionais, com tradução e contato com autoridades locais.
- Safeture: usado por empresas e viajantes corporativos, fornece alertas de segurança por região.
Para mulheres, o app Noonlight (disponível em alguns países) é uma excelente opção: ao pressionar um botão, ele envia sua localização para a polícia se você não responder a um alerta.
Dica prática: configure o modo de emergência do seu celular. No iPhone, por exemplo, você pode ativar o SOS ligando cinco vezes seguidas o botão de energia. No Android, é possível configurar toques rápidos no botão de energia para chamar a emergência.
E não se esqueça do carregador portátil. Um celular descarregado em um lugar desconhecido pode ser o início de um grande problema. Tenha sempre uma bateria extra — e evite carregar o celular em tomadas públicas, que podem conter “portas maliciosas” para roubo de dados.
A tecnologia não substitui o bom senso, mas potencializa sua segurança. Use-a com sabedoria.
5. Interações Sociais: Como Fazer Amizades sem Comprometer a Segurança

Viajar sozinho não significa ficar sozinho o tempo todo. Muitas das melhores experiências vêm de encontros inesperados: um café com um local, uma caminhada com outro viajante, uma dica de restaurante de um motorista de ônibus.
Mas é preciso equilíbrio. Fazer amizades é ótimo — mas revelar muitas informações pessoais logo no primeiro encontro pode ser arriscado.
Dicas para interações seguras:
- Evite dizer onde você está hospedado logo de cara. Dizer “estou por aqui” ou “num hostel perto do centro” é suficiente.
- Não compartilhe seus planos detalhados com estranhos. Mesmo que a pessoa pareça simpática, manter certos detalhes em segredo é uma proteção.
- Prefira encontros em locais públicos e movimentados. Um bar, um parque, um museu — nunca em hotéis ou casas particulares.
- Confie no seu instinto. Se algo parecer estranho, desconfortável ou forçado, afaste-se educadamente.
Para mulheres, é comum receber convites “amigáveis” que podem esconder segundas intenções. Um homem pode oferecer uma carona, um passeio ou um jantar. A resposta? “Agradeça, mas diga que já tem planos.” Não há obrigação de ser simpática a ponto de se colocar em risco.
Homens, por outro lado, podem subestimar o perigo de beber demais com novos “amigos”. Em alguns países, há golpes conhecidos como “drunk scam”, em que pessoas oferecem bebidas alcoólicas adulteradas para roubar pertences.
História inspiradora: Lucas, de 32 anos, estava na Colômbia quando conheceu um grupo de viajantes em um hostel. Eles combinaram de fazer uma trilha juntos. Ele só foi porque todos se apresentaram, mostraram identidade e combinaram o encontro em um ponto público. O resultado? Uma das melhores experiências da viagem — e amizades que duraram anos.
Fazer amizades é parte da graça de viajar. O segredo é fazê-lo com consciência, respeito e limites claros.
6. Emergências: O Que Fazer Quando Tudo Dá Errado
Por mais que planejemos, imprevistos acontecem. Você pode perder o passaporte, ser vítima de furto, ter um acidente ou enfrentar uma situação de perigo iminente. O importante é saber como reagir.
Passo 1: Mantenha a calma. Respirar fundo e pensar com clareza pode evitar decisões precipitadas.
Passo 2: Contate alguém de confiança. Seja um amigo, familiar ou a embaixada do Brasil no país. Sim, existe ajuda consular! O Itamaraty oferece suporte em casos de roubo, prisão, doença grave e até repatriação.
Passo 3: Vá a um lugar seguro. Se foi assaltado, vá a um posto de polícia, hotel ou centro turístico. Evite ficar na rua.
Passo 4: Documente tudo. Faça boletim de ocorrência, tire fotos dos danos, guarde recibos. Isso será útil para seguros e processos futuros.
Seguro viagem é obrigatório? Não por lei, mas deveria ser. Um bom seguro cobre despesas médicas, perda de bagagem, cancelamento de voos e até assistência jurídica. Para viagens internacionais, é quase um crime viajar sem ele.
Dado importante: segundo a ANV (Associação Nacional de Viagens), mais de 60% dos brasileiros que viajam ao exterior não têm seguro viagem. Isso pode custar caro em caso de emergência médica no exterior.
Além disso, tenha um plano B. Leve um cartão de backup, um pouco de dinheiro em moeda local escondido (em um cinto de viagem, por exemplo) e saiba onde fica a embaixada mais próxima.
E se for mulher e sofrer assédio ou abuso? Denuncie. Mesmo que o país tenha uma cultura mais machista, você tem direito à proteção. Procure ONGs locais, hotéis com bom suporte ou use apps como o SafeTravel, que conecta vítimas a ajuda imediata.
Emergências são raras — mas estar preparado faz toda a diferença.
7. Segurança Mental: Cuidar da Saúde Emocional em Viagens Solo
Muitas pessoas pensam em segurança apenas como proteção física. Mas a saúde mental é igualmente importante — especialmente em viagens longas ou solitárias.
Viajar sozinho pode ser solitário. É normal sentir saudade, ansiedade ou até um certo medo de estar tão longe de casa. E isso não é sinal de fraqueza — é humano.
Dicas para manter o equilíbrio emocional:
- Estabeleça uma rotina simples: acordar, tomar café, planejar o dia.
- Mantenha contato com pessoas queridas, mas sem exageros. Um áudio por dia já ajuda.
- Pratique autocuidado: durma bem, coma direito, evite exageros com álcool.
- Anote seus sentimentos em um diário de viagem. Isso ajuda a processar emoções.
- Permita-se descansar. Não precisa visitar 10 atrações por dia.
Para mulheres, a pressão de “provar que pode” viajar sozinha pode gerar ansiedade. Muitas se sentem obrigadas a parecer fortes o tempo todo. Mas pedir ajuda, sentir medo ou cancelar um passeio por cansaço não é derrota — é sabedoria.
Homens, por sua vez, muitas vezes reprimem emoções por medo de parecer “fracos”. Mas reconhecer o cansaço, a solidão ou o estresse é um ato de coragem.
Analogia poderosa: viajar sozinho é como escalar uma montanha. Há momentos de vista linda, e outros de neblina densa. O importante não é correr — é seguir em frente com consciência.
Cuidar da mente é tão importante quanto trancar a porta do quarto. Afinal, uma viagem segura começa por dentro.
Conclusão: Viajar Sozinho é Sim, Seguro — Quando Feito com Consciência
Viajar sozinho não é para todos — mas pode ser para qualquer um que esteja disposto a se preparar. Mulheres e homens enfrentam desafios diferentes, mas compartilham o mesmo objetivo: explorar o mundo com segurança, liberdade e respeito.
Neste artigo, vimos que segurança vai muito além de trancar portas ou evitar lugares perigosos. Ela começa no planejamento, se fortalece com o uso inteligente da tecnologia, se expressa no comportamento em público e se consolida com o autocuidado emocional.
Você não precisa ter todas as respostas antes de partir. Basta ter consciência, bom senso e disposição para aprender no caminho. E lembre-se: o mundo é, na maioria das vezes, mais gentil do que assustador. As pessoas querem ajudar. Os lugares são acolhedores. E você é mais forte do que imagina.
Agora, a pergunta é: qual será o seu próximo destino?
Se este artigo te inspirou, compartilhe com alguém que está planejando uma viagem solo. Deixe um comentário contando sua experiência — ou seus medos. Todos nós temos algo a aprender uns com os outros.
E acima de tudo: vá. Explore. Viva. O mundo está esperando por você — e você merece conhecê-lo.
Salve este artigo, marque como favorito, e leve essas dicas com você na próxima viagem. Segurança não é medo — é liberdade com responsabilidade.

Fernando Oliveira é um entusiasta por viagens e gastronomia, explorando novos destinos e restaurantes em busca de experiências únicas. Apaixonado por liberdade financeira e alto desempenho, ele alia disciplina e curiosidade para viver de forma plena, cultivando hábitos que impulsionam seu crescimento pessoal e profissional enquanto desfruta do melhor que o mundo tem a oferecer.